18 de abril de 2009

Em crise compramos tudo

Estamos num momento crítico. A paciência esgota-se rapidamente, já não suportamos ouvir e tentar escolher o melhor. Já não conseguimos estabelecer um rumo para o futuro. Nestes tempos difíceis mesmo para os optimistas como eu vemos o desinteresse por estabelecer objectivos e cumpri-los. Não ordenamos prioridades nem princípios. Mas queremos que tudo no final tenha um bom desfecho. Poucos sabem o que querem, num dia querem igualdade, noutro se conseguissem aproveitar-se do sistema nem hesitavam. Num dia critica-se o Estado noutro dia discutimos que trabalhar para este é a garantia de uma postura de vantagem sobre o próximo.
A única certeza que temos é que o tempo continua a passar, e se não recuperamos a firmeza e astúcia de outra hora, isto pode ainda ficar mais negro.
Cada vez que olho para o modo como as coisa estão, cada vez que leio alguns desconformados (sejam qual quadrante politico ou ideológico) e sublinho desconformados pois neste momento interessa que esses puxem o resto para a realidade. Puxem para cima a exigência e o trabalho, as metas e as motivações. Juntemos a isso convicção e ambição.
Ambição essa, que terá de ser reconstrutora, pois é aqui que reside o epicentro do problema. Esta deixou de casar com a exigência e caímos no marasmo em que estamos. Deixemos o mérito trabalhar e fazer a sua parte.
Não estamos em posição de sacrificar os outros por metas pessoais.
Vivemos momentos em que não podemos tratar as coisas pelos nomes. Não podemos chamar incompetente a um incompetente.
Grande parte da resposta à pergunta de como edificaremos o nosso futuro, passa por começarmos a assumir responsabilidades pelo que fazemos, sem medo. E aos directamente e indirectamente afectados, exigirem satisfações e apuramento de responsabilidades. Em crise não podemos comprar tudo.