31 de agosto de 2009

O atestado de Juventude PS!

Antes de dizer as razões do meu voto nas próximas legislativas, fica aqui uma pergunta em relação à mandatária da Juventude da candidatura de José Sócrates.
Devemos acreditar na versão Carolina Patrocínio que faz um discurso económico ou devemos acreditar na Carolina Patrocínio que só come cerejas se a empregada os tirar?
Existe sempre a hipótese de ser a mesma para as duas versões, mas suspeito, pois a do discurso económico foi revelada num comício do PS. Receio que seja só maquilhagem partidária, infelizmente.
Carolina disse que saímos da recessão técnica, que crescemos uns auspiciosos 0.3%. Mas esqueceu-se dizer que a taxa de desemprego é de 9.1% e que os jovens dos 17 aos 24 anos tem uma taxa de desemprego de 18.1% e os que possuem grau de escolaridade superior tem uma taxa de 17.5%. Esqueceu-se de dizer o que é que este governo (não) fez para combater essa situação.
Era suposto uma mandatária para a juventude preocupar-se com os jovens e os seus problemas.
Não é difícil cara mandatária, está tudo no site do Instituto Nacional de Estatística.

Ps:.Colocar uma pessoa a representar a juventude portuguesa, pelo protagonismo que a televisão dá é um serviço público perfeitamente dispensável. Uma escolha plástica que deve ser refutada e imputada ao actual candidato PS.

19 de agosto de 2009

Voto de protesto

Esta noite a ideia deixada por Martim Avillez director do Jornal i para que no dia das eleições Legislativas os eleitores pensem duas vezes e não descarreguem um voto de protesto no Bloco de Esquerda sem terem a noção do que realmente estão a fazer, sem terem a noção do enquadramento ideológico que estão a legitimar.
Ainda bem que começa a existir esta percepção da gravidade do que pode vir acontecer.

11 de agosto de 2009

"Dennis, o pimentinha"

Por falar em enfraquecimento, terei de falar do porta-voz do PS Tiago Silveira. Parece que teimam em não acertar no mensageiro. Antes Vitalino Canas parecia que tinha como espaço politico as reuniões de comissão politica nacional do PS e dava como certo que a situação do pais se balizava no teor das reuniões. Eis então, que surge o actual porta-voz. Com aparência de"Dennis, o pimentinha", vê-se que conquistou o lugar com a sua estrondosa capacidade de ler comunicados e com uma postura tão firme, digna de homem-estátua. Mas para o que faz, mais vale não fazer. Aposto que os jornalistas quando recebem o fax do PS a anunciar uma conferência de imprensa, começam logo a bocejar e a sortear entre eles quem irá fazer a cobertura. Diria que este é a par da mudança de tom de voz de Sócrates, o maior legado da reforma interna feita para estimular o partido depois da derrota nas europeias. Mas o frete não irá demorar muito, as eleições vêm aí. Pode ser que se o PS ganhar as eleições se arranje mais um biscate para o "rapaz dos recados". O líder já deve ter algo em mente pois o senhor nem nas listas de deputados vai. E se não gosta da Secretaria de Estado da Justiça depois veremos o que se arranja.
Se perder, aí resta apelar ao novo secretário-geral que tenha piedade e confie no conhecimento entretanto adquirido em tarefa tão exigente.

António Preto

Ainda não tinha falado da inclusão de António Preto nas listas do PSD. Agora, mais conhecedor da situação, vejo que pode ser uma mina prestes a rebentar. A acusação é grave e mancha qualquer critério de rigor e verdade que se possa evocar. Se condenado, como pode um cidadão confiar o seu voto num candidato que tem o poder de legislar sobre a corrupção, tendo sido infractor no passado. Enfraquece a legitimidade da bancada parlamentar, do partido e sobretudo de quem o escolhe.

9 de agosto de 2009

O poder de ser líder

Estão feitas e aprovadas. Para o bem e para o mal. Marcelo Rebelo de Sousa qualifica-as de "desilusão", Passos Coelho de "sectárias", outros evocam o carácter pouco abrangente que foi conseguido. Vamos por partes, acho curioso que da mesma forma que a oposição interna da MFL estava à espera que uma possível derrota nas europeias abrisse uma fenda para explorar internamente futuras opções e enfraquecer futuras decisões, não estariam à espera que uma vitória unânime, atribuída a MFL nessas mesmas europeias não fosse motivo válido para que em sentido oposto houvesse uma maior legitimidade nas escolha dos candidatos a deputados. Não acredito como podem descurar este pormenor. Continua a ser curioso que muitos dos que agora usam o direito de alegar que o interesse do partido deveria ser trazido à tona através de uma distribuição de lugares mais horizontal, houve momentos recentes que não demonstraram a mesma opinião.
Confesso que fiquei surpreendido com alguns nomes. A indicação de Maria José Nogueira Pinto penso que é errada. Não pelo que pode dar à bancada parlamentar e ao pais, mas pela desautorização que Manuela Ferreira leite faz a si própria, e no sinal que dá ao eleitorado de Lisboa acerca do candidato Santana Lopes. Como sabemos, MJNP apoia António Costa. Se esta escolha tivesse cercada por uma distância temporal ainda se poderia aceitar, assim não.
O nome de João de Deus Pinheiro, também causa alguma estranheza depois de ter sido apelidado um do deputados europeus com fraco desempenho. Também actual presidente da distrital da JSD Porto Vales nada fez para estar nas listas, quanto mais estar em lugares elegíveis. Só conseguiu porque não se submeteu ao julgamento interno do distrito.
O facto de Pedro Passos Coelho não estar na lista é por mim uma escolha que se retirarmos a carga dramática que se coloca é natural. Poderia estar ou não estar, é uma escolha que deve ser respeitada e e fica mal o próprio a apelidar de sectária uma decisão que o envolve directamente.
De referir que a JSD volta a estar representada ao nível dos tempos de Cavaco Silva, inversão dos sinais das últimas eleições.
Temo que esta lista seja demasiado direccionada para um partido que vá ser governo e não coloca a hipótese de continuar na oposição. Neste aspecto acho-a curta, bastante curta, sabendo que o resultado está bastante incerto e paira o empate técnico no ar.

A condenação de Isaltino Morais servirá para este usar como uma alavanca para as eleições, mas com isso revela uma falta de respeito pela política. Acerca deste assunto, plenamente de acordo com o ex-bastonário da ordem dos advogados Rogério Alves, a lei deve impedir que depois destas condenações, os candidatos possam candidatar-se a cargos públicos num momento posterior. A lei é encarada como justa se também a sua eficácia for aplicada na proporção do bom senso, e é notório que aqui se evitaria que Isaltino se servisse do circo que se montou para estimular a sua eleição.

Uma palavra de registo para o desaparecimento de Raúl Solnado. Um grande português e um grande génio português.