31 de janeiro de 2009

Caso 'Freeport'

Recorto pela primeira vez este caso através da escrita, e começo a tirar diversos apontamentos das ramificações que o processo traz consigo. Para começar, perceber o que significa os projectos classificados de PIN (Projectos de interesse nacional), que existem agora, e se existissem na altura haveria menos uma mão cheia de noticias. Até que ponto e com que critério é usado este livre trânsito.
O ex-presidente da República Jorge Sampaio pediu uma definição clara do que deve ser um Governo de gestão, e é bastante importante que haja uma clara definição.
Se o fim de tudo isto acabar num jantar de amigos, com palmadinhas nas costas, já era bom que houvesse um debruçar sobre estes pontos.
O resto é cedo para falar, mas continuo a ver algo que tenho vindo a dizer. Quando este PM tem uma situação que lhe saí fora do controlo, tem grandes dificuldades em a reagir.
Para terminar só um apontamento, a entrevista de Diogo Freitas do Amaral à SicN parecia um obrigado pelo convite de ter ido para o Governo.

26 de janeiro de 2009

Grande precupação

Custa-me que hoje em Portugal não se acredite que alguém tenha batalhas com desígnios de consciência. Não pode ser, isto está mesmo muito mal.

Augusto Santos Silva até quando?

A folhear o PÚBLICO de sábado, acabado de passar o caso "Freeport", começo a ler uma noticia sobre o alegado descontentamento de Sócrates acerca da votação da suspensão do modelo de avaliação dos professores. Fala Sócrates, Manuel Alegre a responder, fala Alberto Martins, até que chega o ilustre Augusto Santos Silva. "Questionado sobre o Governo se poderia se demitir caso o projecto tivesse sido aprovado, Augusto Santos Silva recorreu à antiguidade clássica para responder:" A interpretação de sinais como forma de fazer política terminou com o fim do império Romano. Agora não temos de abrir nenhumas aves para saber de que lado estão os deuses quando tomamos decisões políticas." Ora o actual ministro do Assuntos Parlamentares na sua respectiva página do Portal do Governo, tem lá as suas mais nobres funções desempenhadas, e consta que foi para além de Secretário de Estado da Administração Educativa, Ministro da Educação e da Cultura. Só deixou as últimas funções não porque o mandato tenha chegado ao fim, não que tenha sido demitido, mas porque o na altura primeiro-ministro António Guterres decidiu demitir-se e com isso demitir o Governo. A razão foi simples, uma derrota do PS na Autárquicas. Se isto não foi interpretação de sinais, foi uma vontade súbita de demissão que por grande coincidência surgiu com a derrota do seu partido nessas eleições.

21 de janeiro de 2009

Reflexão sobre as eleições na AAUAlg

Passou algum tempo. Poderemos fazer uma reflexão mais ou menos ajustada, tenho a consciência que existem pedaços da história que influenciam mais para um lado ou para o outro. Mas também existem os pedaços da história que por força da sua natureza devem ser inquebráveis. Não podemos utilizar todo o tipo de meios justificando os seus fins. Receio que muita da carga dramática imposta ao longo da campanha eleitoral não seja acompanhada de igual forma, tanto na derrota como na vitória.
Decerto que todos os puritanos não esperam que de repente apareça uma amnésia politicamente correcta. Um instrumento que impeça que se olhe para trás.
Bem, se acreditam serão ludibriados pela vossa astúcia cega mas não vinculativa.

Na hora de entregar as chaves da vitória e da bajulação não faltaram com certeza personagens. Devemos saber o momento de ser politicamente correctos e devemos saber quando não devemos ser tão submissos.
Passado este tempo de hiato, devo confessar que foi uma experiência bastante enriquecedora e estimulante.

A história é sempre construída por parcelas que se encaixam umas nas outras. Muitas completamente dependentes umas das outras. A palavra evolução existe partindo do princípio que existe um determinado estádio e que este tem um processo de crescimento, de desenvolvimento que o levará a outra estrutura. Com isto quero dizer que é profundamente errado querer discutir o futuro sem o poder apoiar em bases passadas. Houve um obstáculo constante a referências passadas. Percebo perfeitamente que queiram que os candidatos a uma direcção geral (DG) projectem as suas ideias, mas é contra producente que não se explique o teor de acções que claramente influenciam os projectos que cada um possa vir apresentar, tendo em conta que algumas ideias são influenciadas por políticas anteriores. Uma coisa é querer como muitos chamam e com razão lavar "roupa suja", outra é propor a evolução explicando como, porquê e para quê.
Aqueles que esconderam ou pactuaram com quem foi lascivo nos interesses da Academia serão sempre cúmplices de alguns problemas refutados pelos alunos. Continuo a não pactuar com aqueles que não defendem e não defenderam o trabalho como a legitimidade verdadeira para estar no serviço público. Vou ser sempre rígido quanto a isto.

Quando mais o tempo avançava, mais de perto via-se aqueles que estavam a lidar com estes assuntos de forma mais conhecedora e pragmática. Se por um lado queremos sempre contar com os melhores, por outro deve-se ter a obrigação moral de atrair novos actores para o associativismo. Aquilo que não se deve permitir a ninguém é a sobreposição. Quando vemos estudantes sem qualquer tipo de experiência a dar o corpo às balas, quando vemos estudantes que para além da vontade, não se esquecem da humildade temos de aplaudir e nunca tentar esfriar as suas acções. É no mínimo desonroso tentar ombrear com estas situações. Devemos sempre tentar proporcionar integração e nunca afastamento.

Na nossa vida, ao longo do tempo iremos ocupar cargos que nos exigem postura e distanciamento. Não deixamos de ter a nossa opinião, o nosso pensamento. Devemos ter em conta quando podemos ou não representar o nosso interesse sem afectar o geral. Mas nunca colocar o ego à frente do interesse a que se está vinculado.
Durante estas eleições havia uma noção que provavelmente iríamos ter uma segunda volta para a DG. Esta segunda volta assumiu um carácter diferente da primeira. Com todos os órgãos já eleitos menos a DG iríamos ter à prova o princípio que eu acima referi. Sinceramente não consigo ter o alcance suficiente de todos os órgãos para dizer quem soube fazer a diferenciação. Mas existem dois órgãos inequivocamente importantes na composição da estrutura electiva que pela sua essência devem ser imparciais. A Assembleia Magna e o Conselho Fiscal. Quem fosse o vencedor deve ter uma colaboração estreita com estes dois órgãos.
Como disse, podemos ter as nossas preferências mas tendo sempre em conta o interesse geral. A imparcialidade não pode ser oferecida como garantia numa campanha eleitoral e depois da eleição à primeira ocasião ser esquecida. É de uma falta de noção total do interesse geral dos alunos e que coloca em causa uma politica de actuação isenta e que se pretende de julgamento independente da DG.
O que se passou no dia da eleição com representantes do conselho fiscal eleitos, a ter actividade parcial a favor de uma lista em desfavor de outra é uma demonstração clara da violação e da clara tendência que não nos garante que o trabalho a que foram sufragados seja desempenhado de forma correcta. Por mais desculpas que se idealizem, nenhuma irá repor o capital de confiança destruído. Seria quanto a mim e quanto a todos que defendem a independência dos órgãos não haver consequências para este tipo de atitudes. Quer por respeito a eles próprios, quer pelo respeito que devem a todo o edifício associativo da Universidade.

O direito de exigir responsabilidades não se esgotou. Pelo contrário, aumentou pelo conhecimento que adquirimos, aumentou pela obrigação que temos e ser fiscalizadores a todo o momento do que nos diz respeito. Quem se alhear será somente mais um.

Vai sendo altura de na nossa sociedade exigir-se a cobrança de responsabilidade, e nós que seremos os líderes do amanhã, não podemos pactuar com esta indiferença constante.

17 de janeiro de 2009

O passado da História

Quando olho para a história política do mundo, claro em particular Portugal, sinto uma vontade tremenda em ter estado presente em certos períodos de tempo. Olho para o 25 de Abril de '74 com o mais entusiasmante pedaço da história que não presenciei no seu desenrolar. Existem, porém outros.
Mas posso dizer, que estarei num momento político que é um acontecimento exuberante, algo que marca o tempo e a época. Para lá de um fantástico ano em primárias, depois na eleição oficial, vejo um senhor, que eleva a motivação na política a índices que eu nunca tinha visto. E acrescentado já estes interessantes últimos tempos, junta-se uma crise internacional gravíssima. A conjuntura leva a que se deposite muito do que temos, na inteligência de Barack Obama. Os americanos mais, óbvio. Mas de nós leva o facto de sermos uma economia pequena e que anda a reboque das maiores, e leva também a motivação que não se sente em Portugal quando se fala em actores políticos. Eu não espero truques mágicos, não espero coelhos da cartola. Apenas e só espero a confirmação da vitória da ponderação, da inteligência sobre o que se passou nos últimos anos na política Americana. Serei um seguidor atento, como muitos, daquilo que se irá passar em diante. Mas do pouco, muito pouco que já deu para ver, algo já mudou a começar pela forma com que se aborda a questão do Médio Oriente.

Walk of Life

Anos passam, continuará a haver coisas que nunca conseguirei explicar,porque nenhum dos mortais conseguiria, Disso tenho a certeza, e cada vez haverá menos...

Passa rápido, implacável, frio, mas sempre tornei a decisão constante... não é fácil, mas quem disse que ia ser fácil? é melhor sermos o que realmente queremos ser, a viver amordaçados num interior que irá sempre reivindicar um futuro perdido.

E hoje, habito dentro dos meus moldes, em harmonia com as minha decisões, e constantemente habilitado a pensar no momento seguinte. Guardo isso bem, porque o valor que demorou a construir, os erros que demoraram a ser reparados, são tempos que jamais poderei repetir.

Guardo o que de bom, tenho de guardar, não posso é passar ao lado da minha consciência. Pelo menos atraiçoa-la. Dou tempo a que ela compreenda que às vezes devemos ser mais brandos. Mas não digo de rajada, digo suavemente. Não retenho rancor a ninguém, mesmo que às vezes pareça,mas não desculpo nada, porque desculpas não apagam, nem mudam nada. Não rejeito o mais pequeno dos cenários, mas se coisa me orgulha é de poder escolher o que quero, e cenários são coisas que podem ficar adiados eternamente.

Talvez exija demais a quem tão pouco tem para mostrar. Mas sempre na certeza que o exijo é retribuído em igual proporção.

Esperar pelos momentos certos para justificar opções, pode ser que resulte. Sinceramente o que mais quero é acreditar nisso.