19 de setembro de 2009

O Acontecimento

Pela primeira vez perdi a noção de tudo...foi uma perda tão grande, que nem sei se tenho bem a noção do que é perder, estou atordoado.
Acho que estou incrivelmente parvo com o que aconteceu...
É daquelas coisas que se passam nos pesadelos, mas depois acordamos e vemos que foi só algo mau durante a noite...só que desta vez acordei e não foi só algo mau.
Tempo

12 de setembro de 2009

Ontem em Debate sobre a Segurança Urbana

Retive do discurso do Juiz Conselheiro Santo Cabral que na Justiça é imperativo para assegurar a sua essência perante a sociedade a existência de duas premissas fundamentais - o julgamento imediato à ocorrência e a certeza da sanção.

5 de setembro de 2009

Legislativas

Começando por citar Medina Carreira - "Tenho incompatibilidade nata com quem não tem palavra" , quem me conhece sabe que para mim a palavra é a cara da honra, é algo que acredito e que faço bastião.
Ao longo destes últimos 4 anos e meio, vejo que houve um tributo à falta de palavra, à falta do compromisso assumido. Mais do que promessas circunstanciais, tem faltado aos responsáveis políticos adequação dos seus programas eleitorais à situação do pais real. Não raras as vezes, e desde Durão Barroso até Sócrates que após tomarem posse administrativa deixam cair propostas defendidas pouco tempo antes. Justificam-se dizendo que tomaram essa decisão no superior interesse nacional. Mas se os seus programas não estavam inteirados da situação politica que iriam assumir então terão de ser apelidados de insuficientes ou incapacitados líderes políticos.
No cenário que está sendo colocado, o partido que vencer não irá conseguir maioria absoluta. Será uma legislatura que implicará uma sensibilidade especial para a cedência e convergência. Algo que o actual governo não demonstrou em diversos momentos, desde a educação à saúde. Não demonstrou principalmente respeito pelo direito de ter uma opinião contrária, impôs-se como o dono da razão. Receio isso tenha sido provocado pelo à vontade que uma maioria parlamentar dá. Não teve de lutar muito pelo resultado obtido à 4 anos e foi contemplado, agora penso para mim que ficou assente que uma maioria dada num cheque em branco é um erro, há que fazer demonstrar antes se tem capacidade para utilizar uma maioria.
Num país que está mergulhado em problemas económicos desde à alguns anos, não adianta estar constantemente com analgésicos. Sabemos que temos um estado demasiado grande e que consome quase o PIB, que temos problemas de competitividade em relação a outros países e não fazemos nada de fundo para resolver.
Esta máquina de "700 000 funcionários, cerca de 3 400 000 reformados, perto de 350 000 titulares do RSI, uns 300 000 desempregados" é pesada e precisa de ser diminuída o quanto antes.
Não concebo na minha ideia um partido que defenda o aumento do Estado quando sabemos que neste momento isso é um problema.
Quando falamos em como colocar a nossa economia mais competitiva, andamos às apalpadelas, mexendo ora aqui ora acolá a ver se algo mexe e melhora. Mas sem eficácia, sem um plano estabelecido de acção. Sabe-se que o tecido empresarial em Portugal é quase composto por Micro e PME'S mas só se preocupam com estas no último ano. Abre-se recheadas linhas de crédito para elas mas que estas não podem aceder por estarem com a corda na garganta e não poderem corresponder aos requisitos de acesso. E muitas vezes por dívidas do próprio Estado.

Quanto à mais que batida questão das obras públicas, existe uma coisa que nenhum partido assume como exigência, é que os orçamentos sejam cumpridos, que não haja derrapagens absurdas. A par disso uma justa promoção dos concursos públicos que permita não só às grandes empresas concorrer. Na substância, defendo que a construção do futuro aeroporto de Alcochete seja feito em módulos e o TGV adiado para uma conjuntura melhor.
Gostaria que houvesse um entendimento sustentado para que a questão da Regionalização fosse lançada definitivamente. O casamento entre homossexuais é uma questão que já deveria estar tratada nesta anterior legislatura mas este governo revelou falta de pragmatismo para umas coisas e demasiada cerimónia para outras.
Na educação é imperativo a instauração de um clima de convergência e de integridade entre a tutela, os professores e os alunos. Mas sempre sem abdicar da avaliação dos professores, num outro formato em que todos se sintam valorizados.

Penso que nenhum partido alguma vez irá responder completamente ao que penso e quero. Algumas coisas consigo encontrar no programa do PS, como o casamento dos homossexuais e a Regionalização. Mas maioria encontro no programa do PSD. A questão da regionalização é aquela que mais me preocupa não ser objecto de inclusão no programa do PSD, contudo tenho esperança que se continue a levantar vozes dentro do partido que suscitem o debate e a sua introdução na agenda nos próximos 4 anos. Quanto ao casamento do Homossexuais acho que é uma questão que já deveria ter sido rectificada e resolvida na Assembleia da República nesta anterior legislatura. E nesse aspecto acho vergonhoso que o PS faça disso uma bandeira no seu programa eleitoral quando já podia ter resolvido o assunto. (Aqui é que vejo o peso das juventudes partidárias em cada partido)
Considero desde há muito tempo que estamos a viver simultaneamente uma crise económica e de valores. Sendo pragmático, nas duas opções que dispomos José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, só consigo ver a segunda a ter autoridade moral para atacar as duas. Porquê? por tudo o que se passou nestes quatro anos, pode-se dizer que nunca se provou nada acerca de Sócrates mas quem disser que confia nele não está a falar verdade. A dúvida irá sempre pairar, e se vier outro caso em que é implicado?
Para mim um cargo como o que vai a votos tem de estar rodeado da minha confiança na pessoa e na ética com que a acompanha. Se não fosse assim, em Oeiras votaria Isaltino, em Felgueiras votaria na actual presidente.
Sendo eficaz com o que posso fazer com o meu voto, votarei no PSD. Talvez seja o voto mais consciente que faça. Talvez seja a última vez que a esperança e o romantismo que a juventude traz acompanhe a minha consciência. Como muitos, não suportarei muito mais tempo que não se faça o que se diz.