29 de abril de 2007

Claustrofobia

Sexta aguardei com alguma expectativa o debate mensal na Assembleia da República. Primeiro porque queria ver como iria estar o pseudo "engenheiro", e depois queria ver o tom de voz do PSD.
Sócrates, o habitual. PSD a ficar mais acutilante, mas não quer dizer que seja eficaz.
Mas a minha admiração, foi quando um discurso que adveio das comemorações do 25 de Abril, pela voz de Paulo Rangel, gerou tanto mal estar no Partido Socialista. O discurso foi muito bom, fugiu da matriz habitual.
Mas para mim, foi uma prenda dada pelos espanhois da Prisa. Nomear um deputado do Partido Socialista (por sinal Pina Moura), para administrador não executivo da Media Capital nas vésperas de comemoração do dia da "liberdade" é, antes de mais alimentar a oposição. Depois, acho que é uma decisão políticamente infeliz... no tempo.
Até porque, como já ouvi dizer, se houver uma intervenção na redacção da TVI, esta só acontecerá quando faltar cerca de uma ano para as eleições.
Voltando ao discurso de Paulo Rangel, ficou um registo muito bom e que levou ao agitamento das àguas «Do ponto de vista dos valores processuais da liberdade de opinião e da liberdade de expressão, vivemos, aqui e agora, num tempo de verdadeira claustrofobia constitucional, de verdadeira claustrofobia democrática»
Recuando ao debate mensal, o P.M. respondeu ao Marques Mendes da seguinte maneira «Queixa-se do ambiente de claustrofobia, mas que ambiente se vive na Madeira e no Governo Regional da Madeira?»
Eu pergunto, uma pessoa com tamanha importância no regimento de uma nação, sem provas de que exista uma violação de algum direito dos cidadãos portugueses na Madeira pode levantar suspeitas?
Vamos lá separar as funções. Secretário Geral do PS é uma coisa. Primeiro Ministro é outra. Uma pode implicar radicalismo de opinião em favor da ideologia partidária, a outra exige representação institucional de todos os portugueses.
Começo a ver que quem está a ficar com claustrofobia é o nosso Primeiro Ministro, porque o secretário geral do PS, sabe muito bem onde se meter. Por isso é que não vai acompanhar o seu candidato a terras madeirenses.

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