25 de junho de 2009

TVI é melhor que acendalhas!

Confusões desnecessariamente necessárias é a classificação para a noticia sobre a compra dos 30% da TVI por parte da PT.
Vamos por partes, o estado tem uma "Golden Share" na PT. Ou seja, o Estado reserva para si pareceres sobre a gerência do grupo detendo uma posição accionista e podendo vetar decisões estratégicas para a empresa como a compra e alienação de activos.
Desde à alguns anos que a Comissão Europeia tem vindo a lutar pelo fim das "Golden Share's" e o Estado tem até ao fim do próximo mês de Julho para justificar o porquê de ainda ter esta posição de vantagem.
O enquadramento, a harmonia em que esta situação se dá é no mínimo bastante suspeita.
O mesmo canal tem na sua grelha um jornal que à sexta-feira (independentemente das peças jornalísticas) não tem sido agradável para o actual governo, inclusive o primeiro-ministro já se insurgiu directamente contra a apresentadora. Juntando a isto, na última semana falou-se da candidatura de José Eduardo Moniz à presidência do Benfica, o que provocaria a sua saída de Director-geral da estação, e consequentemente poderia ditar um rumo editorial diferente do até aqui demonstrado. Se cruzarmos os dados conseguimos ver que é estranha a sucessão de factos.
Mas se o Estado já tivesse abdicado a sua posição, o actual Director-geral tivesse sido candidato ao Benfica e depois houvesse uma alteração da linha editorial da TVI não haveria muito a cruzar com decisões politicas.
Mas a TVI tem sido uma fogueira que queima este governo, mesmo nestes dias quando nada o poderia fazer prever. O debate na assembleia da República vi os primeiros cartuchos a serem queimados e nunca pensei que isto chegasse a estas proporções. Mas agora fazendo uma recapitulação do que se tem passado, desde a eficácia com que Manuela Ferreira Leite atacou este assunto na entrevista na SIC, à vigorosa chamada de atenção que o Presidente da República fez sobre o caso e que provocou que Zeinal Bava (CEO da PT) fosse ao telejornal dar explicações.
Mas entretanto, houve uma inversão estratégica do governo e o negocio foi por água a baixo porque o efeito estava a ser demasiado perverso. Concluindo, o arranjo que como dizem estava a ser feito à uns meses ao mais alto nível entre as instâncias governamentais e empresariais, só deu prejuízo ao PS e ainda deu para dar mais balanço á oposição.

Sem comentários: