10 de junho de 2009

Europeias

Estas eleições foram exemplares em diversos aspectos.
Mas houve um que continua, e principalmente nestas eleições (Parlamento Europeu) a ser negativo. A elevada abstenção. Sabemos que o cenário foi semelhante pela Europa fora mas devemos é ter a preocupação presente dentro deste canto à beira mar. Parafraseando o professor Marcelo "
Não votar é deitar fora um direito e perder autoridade moral para criticar os eleitos e os seus mandatos". Na noite de domingo ao jantar perguntei quem tinha ido votar da família e em 9 pessoas 7 não quiserem exercer o seu direito. As razões variavam pelo desalento com a vida politica actual, pelo desinteresse que estas eleições significavam, a preguiça de a secção de voto ser relativamente longe. Eu dentro do possível ainda tentei incentivar o voto de Norte a Sul. Continuarei a fazer um esforço para compreender a ausência de vontade para votar, mas fico desconcertado ao ver essas mesmas pessoas cheias de autoridade moral a discutir a legitimidade que depois os eleitos possam ter.
Passando à substância destas eleições, muito se falou de não se discutir politicas verdadeiramente Europeias. Acho que seria difícil isso acontecer no actual contexto. Se pararmos um momento no tempo, verificamos que ultimamente o que tem faltado é humildade para ouvir os sinais vindos da população, descer à terra, não refugiando em mera teoria os problemas diários. É claro que por conveniência estratégica convinha ao PS tentar entrar com a campanha dentro da "Europa". Mas seria falta de visão politica aos restantes partidos, da esquerda à direita não centrarem a sua acção sobre a crise. E assim foi. Agora é demasiado fácil comentar o perfil dos candidatos e estabelecer a devida comparação com os resultados de domingo. Acho que foi muito bom ter candidatos novos como Nuno Melo e Paulo Rangel, ar mais fresco para a nossa vida politica. O Bloco com o irmão Portas e a CDU com Ilda Figueiredo seguiram as orientações dos últimos anos e capitalizaram o descontentamento existente. O PS com Vital Moreira demonstrou a sensação do "Cavalo errado". Foram demasiados erros, a obrigar Sócrates a entrar mais na campanha mas já sem margem para justificar os tiros nos pés. E agora também não é difícil dizer que Vital Moreira fez uma actuação tão amorfa e sem ideias quanto o teor do Congresso de Espinho em que anunciaram o seu nome.
Um apontamento para o descalabro das sondagens. Já não é a primeira vez e são autênticos suplementos vitaminicos para as maiores vitimas. Que diga o CDS!!
Cantaram vitória 4 dos 5 partidos com assento parlamentar. A politica é pródiga nestes coisas, até mesmo ver na noite da vitória pessoas que desde o primeiro momento utilizam os seus instintos em sentido contrário, mas para quem conhece o meio...é política.

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