9 de agosto de 2009

O poder de ser líder

Estão feitas e aprovadas. Para o bem e para o mal. Marcelo Rebelo de Sousa qualifica-as de "desilusão", Passos Coelho de "sectárias", outros evocam o carácter pouco abrangente que foi conseguido. Vamos por partes, acho curioso que da mesma forma que a oposição interna da MFL estava à espera que uma possível derrota nas europeias abrisse uma fenda para explorar internamente futuras opções e enfraquecer futuras decisões, não estariam à espera que uma vitória unânime, atribuída a MFL nessas mesmas europeias não fosse motivo válido para que em sentido oposto houvesse uma maior legitimidade nas escolha dos candidatos a deputados. Não acredito como podem descurar este pormenor. Continua a ser curioso que muitos dos que agora usam o direito de alegar que o interesse do partido deveria ser trazido à tona através de uma distribuição de lugares mais horizontal, houve momentos recentes que não demonstraram a mesma opinião.
Confesso que fiquei surpreendido com alguns nomes. A indicação de Maria José Nogueira Pinto penso que é errada. Não pelo que pode dar à bancada parlamentar e ao pais, mas pela desautorização que Manuela Ferreira leite faz a si própria, e no sinal que dá ao eleitorado de Lisboa acerca do candidato Santana Lopes. Como sabemos, MJNP apoia António Costa. Se esta escolha tivesse cercada por uma distância temporal ainda se poderia aceitar, assim não.
O nome de João de Deus Pinheiro, também causa alguma estranheza depois de ter sido apelidado um do deputados europeus com fraco desempenho. Também actual presidente da distrital da JSD Porto Vales nada fez para estar nas listas, quanto mais estar em lugares elegíveis. Só conseguiu porque não se submeteu ao julgamento interno do distrito.
O facto de Pedro Passos Coelho não estar na lista é por mim uma escolha que se retirarmos a carga dramática que se coloca é natural. Poderia estar ou não estar, é uma escolha que deve ser respeitada e e fica mal o próprio a apelidar de sectária uma decisão que o envolve directamente.
De referir que a JSD volta a estar representada ao nível dos tempos de Cavaco Silva, inversão dos sinais das últimas eleições.
Temo que esta lista seja demasiado direccionada para um partido que vá ser governo e não coloca a hipótese de continuar na oposição. Neste aspecto acho-a curta, bastante curta, sabendo que o resultado está bastante incerto e paira o empate técnico no ar.

A condenação de Isaltino Morais servirá para este usar como uma alavanca para as eleições, mas com isso revela uma falta de respeito pela política. Acerca deste assunto, plenamente de acordo com o ex-bastonário da ordem dos advogados Rogério Alves, a lei deve impedir que depois destas condenações, os candidatos possam candidatar-se a cargos públicos num momento posterior. A lei é encarada como justa se também a sua eficácia for aplicada na proporção do bom senso, e é notório que aqui se evitaria que Isaltino se servisse do circo que se montou para estimular a sua eleição.

Uma palavra de registo para o desaparecimento de Raúl Solnado. Um grande português e um grande génio português.

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