13 de abril de 2011

Fernando Nobre

Antes de verdadeiramente falar sobre este senhor, fui desbobinar a campanha eleitoral para a presidência da República e cheguei um ponto de situação.
Fernando Nobre é coerente. Quem apoia Durão Barroso, Mário Soares e o Bloco de Esquerda para as eleições Europeias define uma linha de emoção, nem que não seja mais do que instabilidade momentânea de pensamento. Ou seja, este senhor ao incorporar as listas do PSD não se estreia. Pode ser discutível em alguns pontos de vista, mas não pode ser estranho, de todo.
Existe também aquele prisma de que isto é uma fraude, mas está ao nosso alcance ver se o copo está meio cheio ou meio vazio. Ora apoiar o Durão Barroso e depois apoiar o BE não é fraude, virar o leme outra vez já o é.
Ora Mário Soares acha que este senhor não pode ser presidente de Assembleia da República porque não tem experiência e porque principalmente condiciona o cargo por já estar comprometido com ele próprio. Como alguém hoje disse e bem, o senhor Mário Soares quando foi para o Parlamento Europeu já estava apalavrado e não foi a sua histórica experiência que o impediu de abandonar o mandado a meio.
Mas para mim o ponto mais crítico é o afirmar tão decididamente que não aceitava cargos para deputado e depois voltar atrás. Isto cria desconforto na minha aceitação plena enquanto pessoa que encabeça um mandato e que na fronteira da denúncia do interesse público possa voltar atrás e calar-se.
Mas também devemos ter a consciência de que com o actual sistema político, e não adianta discuti-lo agora, esta é a única forma de um independente entrar na Assembleia da República como deputado.
Quanto ao resto, e igual à minha primeira percepção, parece-me que esta incorporação nas listas de deputados por parte do PSD é um abertura total à sociedade civil e isso é só de elogiar.

1 comentário:

Unknown disse...

Em breves linhas irei fazer algo que detesto fazer. Vou faltar ao respeito
à politica, e irei falar sériamente de... politica. Por isso, peço desculpa pela
má educação que se segue. As pessoas seguem pessoas, não seguem cores. Mesmo os vis,
seguem determinada côr porque alguem os influenciou a isso, ainda que nos pareca que não.
Nobre é mais um. Não é vil, gosto de pensar que pertence ao outro lado. Olhando para trás, temos outros
exemplos de ideais versus lado partidário, Alegre vs. PS, ou mesmo recentemente, a própria
candidatura de Nobre às presidenciais, não se identificando este com o Cavaco do próprio PSD que agora enlistará.
Se seguiu esta via porque se identificou com o que Passos propõe, então concordo.
Denota paz de espirito consigo próprio, seguindo seus ideais.
Isto não é em nada diferente das suas outras andanças do passado, seguiu o que considerava
ser correto, independentemente das cores politicas ou outras, mesmo que para isso tenha voltado atrás no que
havia dito, e tenha agora aceite este cargo.
É assim que deveria ser sempre, seguir o que se acha correto independentemente
do lado da barricada. É um acto de coragem, e não é para todos. Pontos de vista há muitos, gente que de tanto
olhar, não vê nada e fica cego... Nobre deu o passo em frente, e se veio para ajudar o país, é benvindo! Só
espero que em algum momento, se deixar de se identificar com a linha condutora de Passos algures pelo
caminho, também tenha a mesma coragem de se retirar. Se dá para uma coisa, também tem de dar para a outra! Porque
de carneirada que segue o rebanho só porque se PARECEM iguais a si, não precisamos mais!