18 de março de 2008

O Tempo

Talvez das coisas mais importantes para mim. Por vezes suspiro que passe, por vezes desejo que demore a passar. Mas ele é um acto contínuo, não obedece a ordens, não pode ser mudado. Para mim é importante saber equilibrar a vontade que temos perante a circunstância. Quero com isto dizer, que por muito desejo que tenhamos de realizar algo, devemos o fazer na altura certa. E isso podemos andar uma vida inteira atrás deste acerto que só os dias, os anos, nos dão. O tempo é óptimo, porque deixa que a visão fique mais madura, que capte com mais exactidão, mais pormenor uma determinada situação.
Por vezes partimos, com um pré-ideia, e a melhor forma de confirmar se ela está certa, é deixar correr o tempo.
Passados quase seis meses, deste novo desafio, consigo melhor explicar situações passadas. Particularmente este último ano e meio tem sido completamente preenchido por pura aprendizagem.
Não sei a quem vou atribuir o facto de hoje estar em Faro. Eu desde à uns tempo que tento atribuir autores ao que encontro. A sorte vou atribuir a Deus. Embora não seja, um católico praticante, acho que existe algo a que nós nos temos de agarrar quando tudo falha. E sendo assim, Deus vou incumbir a ti a responsabilidade de seres o portador da minha sorte. Não só nas horas más, deveremos aclamar os teus préstimos. Entrei na segunda opção para a Universidade, e isso hoje, vejo como sorte. Não sei se devo atribuir a responsabilidade à minha Mãe, por ter agido de forma tão racional quando eu começei a falar em vir para Faro e mais tarde ter feito tudo o que era necessário, para que viesse. Não sei se devo atribuir responsabilidade à Natacha, por insistir em que colocasse Turismo em segundo lugar. Não sei se devo atribuir a responsabilidade aos Académicos, e colegas para que eu integra-se tão bem e tão depressa. Aí ressalvo obviamente, o André, o Tiago e a Filipa, mais que colegas, são Amigos.
Só sei que sinto que foi escrito direito por linhas tortas. Não esqueço os Amigos de sempre, suporte de primeira hora, esses que estiveram para ouvir a decisão. Aqueles que tenho a sorte de dizer que eu os escolhi para levarem comigo e eu levar com eles. Eles sabem quem são.
Todos são responsáveis por estar onde estou.
Com seis meses "ás urtigas ", consigo através do Tempo, ver que existem passos decisivos para o futuro. Os valores continuam, o pensamento é o mesmo, só muda o espaço da acção. E temporariamente.Eu dei um, de alguns que vou ter de dar na vida. Este custou, tive de mudar hábitos.
A minha cidade é o Porto. Não o escondo, não trocaria por nada deste mundo. Cidade de sempre, cidade do Sempre. Aprendi a lutar pela minha cidade.
Das coisas que mais me custou foi de não ter o pé no terreno da política portuense. Custa não estar ao lado da Natacha. Acompanho sempre que posso. Marco presença sempre que posso. Mas sinto que não é a mesma coisa.( e não é)
Outras das coisas que aprendi a ter foi confiança. Na política, principalmente quem anda dentro, sabe que é difícil. Mas eu confio no grupo de pessoas que está a tentar fazer algo pela cidade. Já no partido, começo a pensar que isto tem de levar uma volta muito grande. Estou farto de ter dizer que não me revejo, nesta actual personalidade, sem conteúdo, sem valores, imposta pelos actuais líderes. Já mete nojo, esta eterna mania de controlo por tudo e por nada. O PSD é do povo, é uma instituição que é necessária à discussão democrática. Iremos falando.

Terminando como iniciei, saber jogar com o tempo é das coisas mais difíceis de fazer. Mas a distância dos acontecimentos que o tempo provoca é uma arma devastadora de elucidação.

Por fim, André, se não tivesses feito o teu blog, eu não teria esta súbita vontade de escrever.

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